terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A arte

A arte tá lá, só falta esculpir. Tirar as sobras. Que nem um desenho que ainda não foi rabiscado. A arte é simples, basta enxergar. É onde todo mundo se embola.

Precisa de amor pra ver essa sobra. Rabiscar não é pra qualquer alma. Isso tudo tem peso. Não basta ter um lápis, senão a arte te esnoba.

Te ignora por ver que não é de coração, por saber que o vão da tentativa há de corroer mais cedo ou mais tarde pelo vazio do todo.

Te ignora como me ignoraste.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Minha Enseada

E chega a hora de partir
De fingir
Chega a hora de esconder
Escrever

Dizer a verdade falando mentira
Entre letras sou estampa
Entre linhas ninguém acha

Nada mais preciso assumir
O poema a gente inventa

Afinal...

A culpa é do eu lírico

sábado, 28 de novembro de 2009

Paráfrase

Parafraseando fiz novela
Entre olhares e sorrisos
Com direito a final feliz

Parafraseando te ganhei
Naquela noite sem perguntas
Noite de luzes e barulho
Com direito a final feliz

No fim é mais que sonho
Que hipótese

Parafraseando
Me faço verdade
Nos faço real
Te faço feliz

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Roubado

Perdi a mão
A rima, perdi
O ponto e a vírgula

Perdi o contexto
A fala simples
Perdi o lirismo

O afago no teclado
Perdi vogais,
Bilabiais

Tudo porque me roubaram você.

Papo de bar

- Gosto dos defeitos
- Campeão, desce mais uma, e me vê aquela batata especial caprichada no queijo. - Como assim, cara?
- Defeitos, o contrário das perfeições.
- Você é estranho, como assim?
- Tá vendo a moça ali, aquela morena.
- Ela é linda, ta reparando nos defeitos dela? Ihh, isso não tá certo
- Não é isso, deixa eu terminar de falar. Ela é maravilhosa. Ai a questão.
- Cada vez te entendo menos.
- O fato dela ser assim me atrai, te atrai, e atrai aqueles cinco babacas da outra mesa que não param de fazer piadinhas.
- É, isso é lógico! E eles são muito estúpidos mesmo...
- Sim, são. Então, isso é o que atrai, mas é o que atrai hoje, amanhã... são os defeitos que vão fazer você ver que vai dar certo.
- Essa cerveja tá descendo bem? melhor pedir um copo d'água.
- Escuta, cara... Imagina aquela mulher... Você com ela a três meses... O ciúmes doentio, sei lá, alguma coisa assim, insuportável.
- Comecei a entender onde quer chegar, mas como assim, você gosta dos defeitos?
- Gosto. Mas só daqueles suportáveis, os que vão me permitir muito tempo de relacionamento.
- Esquece isso, olha a bunda dela, a morena levantou.
- Garçom, mais uma pra cá.

sábado, 7 de novembro de 2009

A vida pede

Menos seriedade
Noites, diversão
A vida pede agito

Pede lembranças
E sorrisos, amizades

Pede que cada noite
Seja como a última
A chave de ouro que
Tranca a porta de saída

Pede doses de felicidade simples e barata
Pede vento
Dias de sol, de chuva
De dança na chuva
Música alta

A vida em essência pede

Vida.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Inventa

Amor, paixão, saudade

Tudo mentira, tudo vago

Coisa que hoje existe, amanhã morreu
Nunca existiu

É bom quando existe, quando dura um pouco

É que nem vontade...

De repente é como ir à padaria de barriga cheia

Vaga distração, intensa
Como uma nuvem carregada num dia de vento

A gente inventa...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sorria, hoje é dia

Hoje é dia de sorrir, de esquecer

Hoje é dia

De viver, de amar
Talvez morrer

Hoje sempre é dia, noite

Hoje sempre é...

Sempre

sábado, 24 de outubro de 2009

Digna de ser amada

Tira essa máscara, o carnaval acabou
E você, ainda de colombina
Com esse jeito e sorriso de menina
Lançando apenas um olhar, o meu coração levou

Efêmera aventura descontínua
Amargamente descontínua

A leveza da bailarina ao saltar
Piruetas, malabares, estripulias
Acrobacias no trapézio, artes cênicas

O mundo de mágica que exalas
Que sai com o teu sorriso,
É muito mais que tudo isso

É motivo pra sonhar
Pra sorrir, amar...

sábado, 17 de outubro de 2009

Mal acompanhado

A procura de algo não tão efêmero
Que continue ao nascer do sol
Algo mais que uma dança
Que um sorriso

Buscando além da simplicidade
Da expressão de satisfação
Quero mais que a intensidade
Que encontro nos bares com você, solidão

Quero deixar-te, tu que me acompanha
Nas caladas da noite, por toda a cidade,
Entre torpor e anônimos, olhares e risadas
Quero largar-te sem mágoas, quero que entendas

Uma vez que nos achamos
Que com tanta paixão vivemos
Entre ruas e botecos
Tantas noites que ardemos

Aos poucos fomos gastando
Pois paixão só não se sustenta
Tudo que nos uniu

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Simples amor

Dizem que é puro
Que dura pra sempre
Que ilumina o escuro
Da alma carente
Um sonho no coma
Confunde quem sente
E tudo se mistura no inconsciente

Faz-me sorrir por todo o caminho
Querer fazer juras só pra te encantar
Parece uma rosa, tem muito espinho
Por isso, entre risos, me ponho a chorar

Sentimento simples
Oscila com o vento
Levando mentiras
Ao esquecimento

sábado, 26 de setembro de 2009

Vida vadia

Vida vadia cigana
Maltrata e faz sofrer
Quem a ama

Vida mundana
De rua, balaco
E sem cama

Descontrolada
À deriva começa
Se perde, e termina

Vida que ama e que cai
Que puxa e me leva

Vida vã, de egoísmo
Intensa à tal maneira
Cercada de abismo

Vida pura de amor e sorriso
Assas intensa, oscila
Fazendo o mundo parecer mentira

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

À mercê do vento

Quero voar
Subir
Sem rumo
À mercê do vento
Passar por mares
Os mais revoltos
cruzar calmarias

Quero sair
Sumir sem destino
À mercê do vento
Solitário
Emoção revolta
Calmarias

Quero sair só
E talvez

Voltar.

domingo, 6 de setembro de 2009

Porta errada

As folhas sem mexer nas copas das árvores
Os pássaros sem cantar, voando sem rumo
Sem sombra nem sol, sem areia nos pés
Música sem risada, conversa sem melodia

Monotonia desnaturada
Assolando a porta errada
Que à beira de um ataque
Fez-se ranger agonizando

Foi nesse dia descabido
Que a última gota havia caído
Só se ouviu a voz traçante
Vinda de toda fúria acumulada
Seguida d'outra desventura errante

Sem mais gritos pavorosos
Sem mais emoções, sem vibrar

Tédio nem outro dia estático.



sábado, 5 de setembro de 2009

O que acontece em vago, morre em Vegas

Sozinho sou errante
Sabes, e insiste em me deixar
Sozinho sou só carne
Fraco e temperado
Insistes em me largar

Nunca estás, quando preciso, somes
Sempre apareces, depois de dias, com fome
Ausência assim, tamanha assim
Que chego a estranhar

Cade o amor, para nos cadenciar?
Reciprocidades à parte, continuo aqui
Sem mais nem menos, esperando
Enquanto aguardo teu regresso
Em outras carnes desestresso
Meu tempero, a paixão.

Só o sol lá

Mais um dia que se passa
Dia de sol, que no corpo, traça
Mesmo nublado, sem me mexer
Te sinto queimar, me sinto arder

Um dia de marasmo
Desses que passa sem gritar
Nem mesmo um espasmo
Ou alguém pra amar

Sem nem uma sombra
Ou um oásis, quieto me limito
A vagar parado, junto ao infinito

Se chego a você, mesmo pensando
Me vejo sem rumo, porém com dano
E sem te alcançar, continuo queimando


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ne voit que la mer

Os dias de sol têm me animado
Toda aquela água
Por todos os lados
Os sorrisos, brincadeiras, risadas

Os dias de sol têm me animado
Todos aqueles barcos
Por todos os lados
Os sorrisos, brincadeiras, risadas

Todas aquelas ondas
Todo o vento e as bóias
As risadas, brincadeiras

Mas tem coisas
Algumas coisas
Que só o mar vê

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tudo colorido

O voo rasante do acrobata impressiona
Assim como a pirueta do malabarista
Que nunca cai da corda bamba
Com aquela roupa colorida
Toda colorida

As bobeiras do palhaço fazem rir
Todos felizes olhando o palhaço
Suas calças são as mais
As mais cheias de cor

Mas o Pierrot
Que não ri nem faz rir
Não impressiona nem espanta
O Pierrot chora
O Pierrot não tem cor

Chora e procura o seu amor
Seu amor, a Colombina, que assim fugiu
Por falta de cor, excesso de preto, de branco

Fugiu com o Arlequim, colorido, por sua vez
Todo colorido.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A hora do sim

Ao menos uma vez a resposta será sim.
Mesmo quando o não diz sim baixinho, ou quando só se cala.

A beleza do sim acaba sendo um descuido do não, que por hora também se mostra conquistado, e gosta.

Gosta porque o atrai, porque o faz sentir bem. Demonstra isso com um riso malicioso e um leve olhar de soslaio.

A figura rígida do não se vê derretida ali, depois de tudo, entregue ao sim, com a estranha sensação de felicidade misturada com um pouco de sono e cansaço.

Até que se dá conta e volta a regir severa e desgostosamente o arbítrio quase livre.

Com certeza, o sim é o seu maior pecado. E como é bom.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O vento

Tem dias em que o vento agrada. Tem vezes que nos aproxima de quem queremos.
Mas o vento também destrói. O vento às vezes machuca e quebra... Separa.

Só que a gente nunca vai saber o que realmente vai acontecer se não montar o barco e velejar.


(Hoje o vento quebrou.)


Mas nada como um dia de aventura.

domingo, 16 de agosto de 2009

Dilúvio solitário

Às vezes devemos guardar o otimismo pra depois. Ainda mais quando não se está preparado para as más notícias:

- Expectativas sim!

- Mas quando convém, do contrário, te deixo por tua própria conta e risco desde já.

- Então quando convém?

- Não há uma regra, você apenas tem que saber.

- Simples, né?!

- Com o tempo você aprende, eu mesmo já esperei muito quando não devia.

- Do mesmo jeito que eu estou agora?

- A diferença é que ainda somos um só.

- Vamos mudar de assunto, tem um cigarro?

- Acabaram na madrugada, mas toma esse lenço.

- Então fica quieto e me abraça.
Espera eu dormir e vai embora.
Mas sem falar nada e não olha pra trás.

sábado, 15 de agosto de 2009

Surpresa frustrada

Nunca reagi bem à surpresas. Meu sangue sempre demorou um pouco mais pra esquentar.

A apatia junto à paralisação compõem uma reação fria à qualquer circunstância, até que as coisas possam ser calculadas. Mas maioria das vezes esses cálculos não são muito exatos.

Seja boa ou ruim, uma grande surpresa me faz parar. Só parar.

Sábado de sol

Simplesmente um belo dia para se acomodar numa cadeira ao luar, deixar a poesia de lado e trabalhar a prosa.

Só quero continuar curtindo o dia com mais risadas e boas notícias.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Bonança

Digamos que hoje a brisa fresca da manhã, ainda com cheiro de orvalho e orquídeas, passou por mim.
Isso marcou o dia.

E explica o sentimento de que nada possa me abalar, que tudo tem um lado bom e que agora só me resta sentar e relaxar.

O tempo faz o resto.


O que uma boa noite de sono não faz...

O sopro

Quando você menos espera ou nunca.
Não acontece se estiver preparado, e mesmo assim precisa ter sorte

Todo mundo já viu uma garota bonita. Elas sempre passam
Pedalando, correndo, sorrindo. Várias delas, cada uma é um poema
Só muda o contexto, métrica e rima. São todas bonitas, mesma essência.

O que não é normal é a falta de ar nem a perda da fala.
Quando tudo vira um cenário de Sin City e ela é a única coisa colorida
Quando não se ouve mais nada
Quando só se sente a brisa batendo no rosto.

É o sopro.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Nada mais

Hoje o meu lirismo não passa de assombração
Mas não do tipo que persegue nem que assusta
Sabe quando você só quer sumir e nada mais é tão importante?
Quando você só quer deixar toda aquela animação cotidiana andar na frente pra você passar despercebido.

Hoje é o dia da máscara

Canção de amigo

Quando a corda arrebenta e estamos do lado puído
Quando a gente ganha na sena
Riso e choro
Quando a casa cai ou a gente consegue a garota
Até quando a gente atira do pé e acha petróleo

Longe ou perto, sempre juntos

Quando só temos pedras a oferecer
E quando precisamos receber pedradas
Na hora daquele sorriso amarelo
E de comemorar o gol no fim do jogo

Sol ou chuva, sempre juntos

Ontem, hoje e amanhã. Pode ventar, fazer frio... Tempestades

domingo, 9 de agosto de 2009

Balada do céu caído

Esperando por você
Mais uma noite se passou
Agora a lua vem
Fazendo-me enlouquecer!
Com uma distante cautela
Brilhando aparece
Entre nuvem e estrela
Meu coração se aquece

Quando chega eu só te vejo
Tudo se apaga ao meu redor
Essência do meu desejo

Quando se vai sem mais dizer
Sinto a mão estremecer
Súbito frio me paralisa

Na nuca, mesmo não havendo
Passa uma forte brisa
E o meu coração corroendo

Te perco para o horizonte...

Mas em contraponto há o sol
Do outro lado nasce entre o monte
E sem que alguém me conte
Me sinto fisgado pelo seu anzol

Fisga e puxa e aquece e afaga!
Apagando desilusão com esperança
Arranca-me severamente a adaga
Mostrando que de nada vale a vingança.

Palavra da vez

A palavra da vez já foi sensatez

Já foi condescendência (ainda que por pouco tempo, sempre seguida à risca)

E agora. Qual a palavra da vez?

A gente ainda precisa de uma palavra?

Por que não podemos só imitar o mocinho do faroeste e andar apaziguado em direção ao sol no fim da tarde, depois de ter passado por maus bocados?!

Afinal é o que convém

sábado, 8 de agosto de 2009

Noite de lua

Ouso dizer que fui mais
Ouso dizer que quis mais
Ouso pensar que fiz mais
E que cheguei mais longe

Que bebi do copo sua última gota de água
Que assim matei a sede. Ao menos alguém matou

E apesar do último raio de sol que me esquentava
também ter se posto, continuo aquecido e sem sede

O nascer do sol vem ai, por enquanto sem previsão de chuva
Enquanto isso tenho o luar que não aquece, mas me traz bons sonhos

Sonhos que me deixam com água na boca.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Da cor que eu quiser

É diferente de quando você passa e não me olha, porque assim eu posso começar a imaginar que você me viu, mas não quis demonstar. Porque quando você me olha, eu sei que você não me olhou, só me viu.

Do mesmo jeito de quando você me ignora. Que me possibilita fantasiar que você o fez pra fazer charme, que tava doida pra responder, mas se segurou. Diferente de quando responde, que eu sei que foi só por educação.

A imaginação me permite criar e sentir uma realidade paralela e viva, da cor que eu quiser, e de qualquer intensidade.

E assim você será pra sempre minha.

sábado, 1 de agosto de 2009

Cadê o martelo?

É sempre matar ou morrer, como já dizia a lei, que nessa selva se impôs com uma anarquia errônea e desrespeitosa, disfarçada na politica.

Aqui, se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. A não ser que você tenha cartas na manga.

Porque o mundo é uma caixinha de surpresas, e o nosso amigo Joseph tá ai pra provar... (tanto o Climber quanto Stalin)

É por aqui. Por aqui que os bobos não têm vez, assim como os fracos, mas esses merecem o Oscar.

Na terra onde nada é justo de propósito e os sofistas que dão as cartas. Onde eu e você vivemos e onde nós vamos jogar todas as nossas partidas. E que vença o melhor nesse jogo sem muitas regras.

Nesse campo onde no fim não há vencedores nem perdedores, só há derrotados e vitoriosos no meio do jogo, e a partida sempre acaba empatada. Aqui que eu te quero.

Aqui eu te quero, mas só como eu quero, senão não presta. De que adianta te querer, assim, sem poder aproveitar, sem jogar, sem selva?

Ainda te faço ver do ponto de vista do Joseph e te entrego um Oscar. No meio eu venço, mas a gente termina empatando. Mesmo sem regras.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Futilidades a parte

Prioridade é uma coisa ao gosto do freguês, cara um sabe o que é melhor pra si, como já dizia o velho ditado.

Logo atrás desse negócio de prioridade é fácil encontrar o lance do status; que já é clássico faz tempo, e mais tendencioso que qualquer modinha que eu conheço por aí.

As pessoas se importam em se sentir e superestimam isso, normal, mas o que eu tenho reaprado ultimamente é em como se faz pra esse sentir bem acontecer.

Sempre fui a favor do marketing, sempre acreditei no seu poder e admito que também sou vítima dele, que o seu poder corrói a sociedade, como se, ao invés dos produtos, fôssemos usuários de algum tipode de entorpecente, que molda as nossas mentes e nos faz os querer cada vez mais.

E mais, como se, mesmo sem perceber, nos tornássemos totalmente seus dependentes, fazendo deles (seja uma roupa ou uma Coca-Cola) o remédio para essa nossa insanidade mental, um complexo etiquetado de felicidade, que nos passa aos olhos como qualquer comprimido placebo desses, mas que na verdade nos torna cada vez menores.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nessas horas

Por mais que você esteja feliz, nunca vai entender o quão impressionante o mundo é. Mesmo que quando se está triste é que realmente se sente a necessidade de saber.


Ela sempre gostou de sair, de cores fortes e correr pela praia na chuva. E isso sempre o encantara, apesar de preferir o banco do bar com música ambiente e a conversa de amigos na penumbra da noite.

Os detalhes nunca lhes empediram de nada, ao contrário, funcionou sempre como combustível pra paixão louca que sentiam um pelo outro.

O fato dele ser meio quieto demais também nunca a feriu, pois isso passava confiança e leveza, a fazia sentir-se segura quando o escutava.

As coisas nunca são tão estáveis quanto parecem, o que pareciam apenas diferenças entre o equilíbrio perfeito, hoje são reflexos de objetivos distintos, de brigas e cólicas conjugais constantes e intensas.

As piadas que antes acabavam em risadas entre beijos, hoje se acostumaram a causar cara feia e desavenças.

E nessa hora que nada mais faz sentido, que nada parece bonito como era e o bonito de antes soa como só uma ilusão de agora. Na hora em que o brilho do sol esperando a chegada do crepusculo começa a incomodar, começa a parar de deixar os seus olhos irresistíveis como eram.

Nessas horas...

Quando tudo que parecia fazer sentido só por não repararmos passa a perder o sentido só porque passamos a prestar atenção.

Nessas horas que realmente precisamos saber que o mundo sempre está pronto para nos surpreender. E cada vez mais.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Paixão

Faz-me viver pensando, viver você no pensamento
Me faz viver! Dá motivo pro tempo não ser só cronológico
Quero catarse ao sonhar, quero te ver só de pensar

Esquece o Chronos e o Aiôn, esquece toda essa monotonia
Vive comigo no Kayros - A terra onde tudo pode
E nunca se sabe o que vem
Vem comigo, vem viver, me faz viver

Vira meu mito e me faz acreditar em você
Faz-me egoísta da sua posse, me faz te querer
Te querer como eu quero, querer te moldar
Me ensina a ansiar tua presença e te querer só pra mim
Te querer pra sempre, te querer hoje pra sempre

Me mostra o quanto eu sou dependente
E me faz querer morrer se você não chegar

sábado, 11 de julho de 2009

Confie em mim. (Conotação Mainardi)

O desencontro de idéias corresponde à sensatez misturada com maturidade e muita influência externa. O carisma radial, ao invés de me esquentar, queima.

Chega a ser desconsertante a falta de sincronia. É de doer os ouvidos. Mas ainda sem o mesmo sentido a seguir, nossas curvas se encontram. E de um modo inesperado elas se cruzam.

Isso tudo faz eu não saber como me sentir, de uma forma estranha às vezes parece com um tipo de vício, mas ao mesmo tempo que essa dor de ouvido fala alto.

No final é tanta informação que aos poucos só tenho sentido os efeitos colaterais e uma ressaca cada vez maior.

domingo, 5 de julho de 2009

Um estranho no ninho.

Festa estranha, com gente esquisita. A moda é chocar, sério, agora todo mundo quer abalar Bangu.

Assistir a isso tudo é legal, mas só no começo, porque depois de um tempinho as piadas repetidas e a falta de criatividade elegem o tédio, que passa a reinar tendo o sono como o seu primeiro ministro.

Às vezes tenho que concordar, se ser pra frente é andar pra trás, talvez eu também prefira ficar parado, só olhando o pessoal pra frente chocar o mundo.

sábado, 4 de julho de 2009

Chora, Pierrot.

O sorriso, o jeito de criança, que de uma forma enigmática mistifica um mundo de pensamentos através de apenas um olhar. E que olhar, o nascer da lua cheia chama menos atenção. E quando penetrante, congela, me tornando a pessoa mais insegura do mundo.

É, acho que esse frio na barriga, a sensação de fraqueza nas pernas e a evaporação de todas as minhas idéias são sintômas.

É, sintômas! Acabei descobrindo isso quando reparei que pra mim é mais difícil conversar do que jogar xadrez, que quando é a minha vez de falar, eu tento pensar nos nossos próximos comentários, pra nada sair errado, e acabo me enrolando todo. Nunca sai nada direito.
Talvez esse seja o problema, né, porque afinal eu nuca fui muito bom em xadrez.

Às vezes eu olho e penso que é melhor do jeito que está, que ficar daqui de trás olhando é a melhor coisa a se fazer, só pelo puro e simples medo de estragar tudo depois. Às vezes dá vontade de te prender numa cúpula de cristal, daquelas bem bonitas, pro contraste não ser tão grande, e cuidar, não deixar nada ruim acontecer. Às vezes eu penso, e vejo que não tem porquê pensar se não for realmente fazer alguma coisa.

Mas no final sempre chego à conclusão de que tá bom do jeito que tá, e só de pensar que se melhorar pode estragar, talvez não seja tão válido correr o risco.

E ai, novidades?

Cada dia que passa mais coisa vira óbvia, mais coisa vira cliche e as tendências, essas modinhas que o pessoal que quer chocar o mundo cria, continuam aparecendo e se alternando entre o que era e o que passou a ser demode.

De repente, um dia desses, só vai restar coisas chatas pra se falar, tipo: e ai, novidades? pô, que calorão que ta fazendo, hein?! - ou - e essa chuva que não pára, né, rapaz...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O gótico da casa branca.

Cansei. Cansei de céu azul, do bom dia pra estranhos. Cansei dos sorrisos forçados, de fingir que tá tudo bem.

De hipocrisia! Ah, a hipocrisia que torna a vida bonita, que venda as almas, mostrando só o que se quer que se veja. Cansei de sentir vazio e deixar estar, de calar quando vejo as coisas erradas, e tentar achar soluções.

Afinal, pra quê isso?! Soluções geram problemas, Hipocrisia nada resolve, nem sorrir.

O céu azul, de fato, nunca me ajudou, o vento? a sensação de liberdade? Nada disso. No quê ajuda afinal? A rir e fazer rir? Bem parar gerar bem? Bom, pra quê?

Simplesmente cansei hoje, talvez amanhã.

A depressão que assola garante a felicidade do amanhã, o bem estar e a paz de espírito, afinal se nunca tivéssemos realmente passado pela tempestade, nunca poderíamos ter admirado aquele dia tão bonito.

O bom e o bem são gerados pelo próprio egoísmo, que cria desejos, nos faz almejar sem pudor só pra alimentar o sentimento mais podre. Por isso cansei.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Devaneio do eu mesmo.

-Tempo, idéia, paciência, paz. Pouco, pouquíssimo, falta, nada.

-Cálculo? -Calculo, calculo nada. Coisa pouca.

-Cabeça, núvens, abismo, babaca. Cálculo, paz, final, resumo.

-Resumo? Tempo! Tempo, núvens, paciência... Paz.

-Cálculo babaca, abismo. Cabeça pouco, pouquíssimo. Paciência, tempo, idéia? Falta nada.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sofismas? Conclusão

A partir das últimas premissas pode-se concluir que: Uma vez que é possível ler e compilar todas as informações simultâneas, podemos fazer uma simulação exata de tudo que acontece antes e depois desse momento que foi lido.

Tendo essa possibilidade de uma análise de toda a história do universo; passado, presente e futuro; Fica notória a conclusão de que desde o início dos tempos, quando foram jogadas as primeiras informações do universo, para a sua criação, já estava "escrito" o que aconteceria, todo o futuro, por mais distante que fosse, já podia ser previsto.

Os momentos já estão definidos desde os primórdios; tudo que aconteceu, está acontecendo e tudo o que vai acontecer, nossos atos, decisões e escolhas; tudo escrito desde quando as primeiras informações foram lançadas.

E podem ter certeza: Foram as informações passadas que fizeram você preferir história à matemática, preferir discutir à ficar calado, ou prefirir pastel de queijo ao de carne. As informações ao nosso redor que realmente regem as nossas vidas, livre arbítrio é uma questão de não saber o que vai acontecer, não de poder escolher o que vai acontecer.

As suas escolhas são realmente feitas por você, mas você as faz condizendo exatamente com as informações a sua volta, ou seja, na verdade foram essas informações que fazem as você escolher o que condiz com a realidade delas, não é uma questão unicamente pessoal.

O acaso manda no mundo, o que faz o momento seguinte é a confirmação das informações de agora. De nada nos adianta pedir a quem quer que seja que o futuro seja mudado ou que aconteça de um modo que nos favoreça ou algo assim.

Agora entrando na questão religiosa, partindo da premissa que diz que Deus criou o todo, quando Ele o fez, jogando as primeiras informações, Ele previu o que aconteceria no resto da eternidade, em todos os cantos possíveis e imagináveis, se tornando realmente uma entidade onipresente, oniciente e até certo ponto onipotente, pois foi Ele quem criou e realmente escolheu as informações iniciais que queria lançar, mas uma vez que Ele as fez, nada pode ser feito pra que algo mude. A não ser excluir essas informações e lançar novas no espaço.

__________

Isso tudo discutindo religião um dia desses.

Sofismas? 3

Levando em conta todas as informações que se passam na cabeça de cada ser, por mais que se ache improvável conhecer as reações do mesmo, juntando todas essas informações (hormonais, processos químicos, o gênio de cada um, enfim, todas as informações), como um quebra-cabeça, podemos sim prever essas reações.

Uma vez que dadas as informações, podemos prever a reação de cada ser, então realmente: Uma vez dadas as informações universais simultâneas podemos fazer a leitura de um dado momento.

Tendo a leitura de cada informação de cada momento passado, podemos formar o que está acontecendo no presente, e com isso, tendo o presente em mãos, podemos levar essas informações pro próximo momento, o futuro, no caso, e assim prescrever uma simulação exata do que vai acontecer no momento seguinte, e assim sucessivamente.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sofisma? 2

O estudo da humanidade, das nossas reações, do que se passa nas nossas cabeças, não é uma ciência exata.

Muitos processos químicos acontecem na cabeça dos homens (até mesmo processos desconhecidos pelo homem acontecem), gerando novas informações.

Apesar de não ser uma ciência diretamente exata, todas as informações à volta do homem (inclusive esses processos químicos) fazem com que o homem reaja, criando novas informações de acordo com as informações anteriores.


terça-feira, 9 de junho de 2009

Sofismas? 1

Todos nós vivemos em meio a uma infinidade de informações.

Há informações óbvias, informações implicitas e desconhecidas por nós.

Essas informações, conduzidas através do tempo, funcionam como um vetor, tendo o seu sentido dirigido pelo tempo e a sua direção dirigida pelas outras informações, que a fizeram "acontecer".

Todo esse conjunto de informações jogados no espaço seguem uma direção e um sentido, como já dito, e assim coincidem com outras informações, influenciando suas novas direções e a geração de novas informações.

Todas essas informações juntas, recolhidas e compiladas simultaneamente, formam uma leitura de determinado momento.

Várias leituras disso que estamos chamando de momento, quando feitas em sequência, momento após momento, formam uma "função matemática" para cada informação; formando um grande conjunto de "funções" que explicam o porquê de cada informação conseguinte. (o porque de cada coisa ter acontecido. Os detalhes, por menores que sejam, que levaram alguma coisa a acontecer)

sexta-feira, 5 de junho de 2009

efeito dominó

As coisas não são inventadas assim do nada, pelo menos não geralmente. As invenções vem das necessidades criadas pela evolução, que cria alicerces para irmos construindo essas coisas por partes.

A grande maioria das coisas inventadas até hoje fizeram grandes nomes, afinal eles inventaram coisas que hoje são impressindíveis para a nossa vida.

Mas será que a verdadeira responsabilidade por essas criações é mesmo desses homens? Parece estranho rever um conceito tão concreto na cultura atual, mas às vezes penso que esses grandes nomes apareceram ao acaso do momento, que se não fossem eles, outro o faria mais cedo ou mais tarde. Afinal esses só fizeram as respectivas invenções ou descobertas porque o mundo os preparou para estudar e desenvolver o que estava se tornando uma verdadeira necessidade, ao passo que a evolução caminhava.

Claro, salvo coisas como o micro-ondas, que foi descoberto ao acaso, e coisas que gênios antigos desenvolveram, que estavam anos luz a sua frente, e a sociedade da época pouco se importava e nem ao menos estava preparada para receber.

O que eu quero dizer com toda essa maluquice é que em alguns momentos penso que as coisas acontecem porque um monte de outras coisas fazer essa acontecer, vários fatores influenciando, e no final é inevitável que essas próximas coisas aconteçam...

Difícil explicar as idéias como elas aparecem pra mim, mas é mais ou menos isso.

Três irmãs

Sempre fui muito amigo da verdade, mesmo sabendo que ela sempre teve suas rixas com a felicidade, uma prima distante, por isso sempre foi difícil vê-las andando juntas.

Esssa deigualdade entre elas nunca me incomodou, a verdade sempre foi a que me encheu mais os olhos, por parecer mais concreta, sólida.

Sei lá, pode parecer estranho, mas acredito que uma verdade, por pior que seja, reconforte mais do que a alienação ou pior, a mentira. Por pior que seja essa verdade.

A alienação, já mais distante dessas outras prefere andar sozinha, sem pesquisar muito ou olhar para os lados, talvez dentro da sua própria realidade seja a mais amiga da felicidade, mas também é a mais fazia.

Da mentira, a ovelha negra da família, prefiro nem falar muito, essa tem até alguma amizade com a felicidade, em certos casos mais do que a própria verdade, mas fala mal dela por trás; até o dia que ela descobrir, claro.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Clichê, demode, tanto faz.

Ele sempre fora chato, apesar de realmente ser o dono da verdade, na maioria dos casos, quando agia, era subjugado por alguém, às vezes mais chato que ele próprio.

Sempre apresentou-se frio, seco, geralmente de poucas palavras. Como o bom francês que é, nunca foi de muitos amigos, sempre muito fechado, muitas vezes até arrogante quando tratava da ignorância dos outros.

De uns tempos pra cá ele virou muito amigo de uma figura tristonha, já meio borrada pelas marcas do tempo, um pouco apagado e até mal visto, pelo fato de sempre andar desalinhado, meio brega, com cores foscas e listrado combinando com xadrez.

Foi onde se encontraram, quando num bar, sorvendo os seus licores de anís, bebida apropriada para se relaxar em uma dia frio de outrono, se repararam e logo viram que tinham muito em comum; os traços antiquados, a aparência conservadora, seus bigodes finos e os olhares extremamente confiantes, que apesar de quase sumirem por baixo de suas cartolas, ainda assim esbanjavam o ar de superioridade de poucos.

Com isso, logo se tornaram tão juntos, que hoje em dia, quando passam separados, tem gente que até os confunde. Só que hoje não mais com os bons olhos de antes.

terça-feira, 2 de junho de 2009

maiúscula

tem coisas que a gente precisa esquecer pra voltar a ser feliz, geralmente essas são as mais difíceis de se apagar da memória

lembranças te fazem pensar por horas, te fazem sonhar de noite, às vezes chorar, mas sempre continuam sendo só lembranças

Tem coisa que a gente precisa lembrar pra ser de fato feliz, geralmente essas são as mais fáceis de se lembrar, mas acontecem muito rara e efemeramente, costumam passar antes mesmo de percebermos.

Lembranças te fazem pensar por horas, te fazem sonhar de noite, sorrir, às vezes chorar, mas sempre continuam sendo só lembranças.

lembranças, Lembranças, lembranças, lembranças. Será que deveriam importar tanto? Já não sei mais de nada, tem coisas que não se escolhe, mas acho que o negócio é fabricar lembranças, não lembrar delas, com letra maiúscula ou minúscula, nem importa tanto.

Lembre-se.

domingo, 31 de maio de 2009

Paladar

Bom dia! Às vezes é assim mesmo, acordo pra dar bom dia, começo com boas noticias, mesmo não tendo nada demais pra falar.

Tem dia que as coisas acontecem, tem dia que acontecem até demais. Coisas boas se mesclam com ruins, até que uma hora o paladar já não distingue o doce do amargo, e tudo parece um pouco mais insosso.

Claro, às vezes a gente sente até mais gosto nas coisas do que elas realmente têm, seja doce ou salgado, ele costuma durar mais nesses casos.

Bom dia.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Óbvio, eu sei.

Andei reparando uma coisa: Não gosto tanto das coisas fáceis, ou melhor, até posso gostar, mas prefiro as que mostram estar um pouco mais difíceis de se conseguir.

Realmente não sei o porquê disso, até porque se as coisas são fáceis de se conseguir, deviam parecer melhores. bem, de qualquer jeito esse não é o ponto, o ponto é que deve ter algum sentimento de satisfação implícito ao conseguir algo difícil que me faça sentir bem.

Também não sei se isso acontece com todo mundo, mas quando eu consigo alguma coisa que foi difícil de conseguir, seja lá como, o sabor dessa coisa vem mais carregado, mais doce, colorido.

Pra uns eu acho que isso é tão normal que se passa despercebido, mas estou totalmente certo de que tem muita gente por ai que prefere as vitórias fáceis.

(Só lembrando que ganhar na mega-sena não é nem um pouco fácil, ou seja, se um dia isso vier a me acontecer, o gosto disso será ótimo! - agora é só começar a jogar ;D )

De qualquer forma isso é óbvio, eu sei.

terça-feira, 19 de maio de 2009

cara ou coroa

Desde o momento em que nascemos, mesmo inconcientemente fazemos escolhas. Acho que é a única coisa que a gente realmente tem que fazer. Geralmente optamos pelo que achamos que nos é melhor.

O problema é que além de não sabermos exatamento o que é melhor pra nós, mesmo após a escolha, continuamos sem saber, porque nunca vamos ter a chance de voltar e mudar a escolha.

Você pode até pensar que a sua escolha foi a melhor ou a pior, mas vai ter tanta certeza quando teve quando a fez. Nenhuma.

Ai você diz que é só uma questão de analisar os fatos, só que há tanta coisa pra analisar... Depois chega na hora e tudo acontece diferente por causa de uma coisinha que você esqueceu.

É verdade, você só acha que está preparado pras coisas, mas geralmente não passa de impressão. Como quando você fecha os olhos e finalmente dá um beijo naquela garota que você foi a fim há tanto tempo. Você sempre esperou por aquilo, mas com certeza o seu coração bateu mais forte mesmo assim...

domingo, 17 de maio de 2009

Boa escolha

volta e meia ouço alguém falando que torce pro tal time porque ele é o time que tem tais títulos, que sempre ganha, que isso e aquilo... E uns ainda fazem questão de falar que é questão de gosto, que entende aqueles que gostam perder...

Acho que essa não é uma questão tão superficial assim. Quando eu era pequeno, torcia pelo São paulo, depois que cresci, comecei a torcer pelo fluminense. Não foi por causa de títulos (óbvio), nem boa posição em algum campeonato. O Fluminense se encontrava na 3ª divisão, inclusive.

Não sei porque direito, sei que não foi influência de ninguém. Acho que a história do time, a torcida, sei lá, alguma coisa que realmente me atraiu e me conquistou. Esse papo de que time bom é aquele que ganha não entra na minha cabeça. Torço pro fllamengo porque vi o zico jogar. Não consigo entender porque hoje em dia essa pessoa não mudou de time até hoje, afinal o zico já não joga tem um tempo. Sei lá, dificil falar sobre time, a massa diz que é questão de gosto, não que eu discorde, mas acho que é mais uma questão de identificação do que de gosto...

Mas tá, mesmo assim concordo que cada um pode torcer pra quem quiser, pelo motivo que quiser, e isso não diz respeito a ninguém senão ele, que afinal foi quem fez essa escolha.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

dias e dias

Michel Phelps é o número um na natação quando se fala das Olimpíadas de Pequim, ser o primeiro é muito bom, claro, mas e ser o segundo? - Alguém sabe o nome do "número dois" na natação das Olimpíadas?

Confesso, eu não sei! e ficaria muito surpreso se me respondessem essa pergunta sem fazer uma pesquisa no Google ou algo do tipo. Isso acontece no mundo todo, mas parece que no Brasil tem uma importância maior ainda. É muito difícil ver um brasileiro comemorando um segundo lugar de alguma coisa.

O povo brasileiro é complexado por natureza, já virou paradígma, já faz parte da cultura do brasileiro se aceitar como "inferior", como cidadão do terceiro mundo. Para muitos daqui, não ser o primeiro significa ser igual a todos os outros, e ser como os outros costuma ferir a auto-estima.

O que é uma grande ilusão, porque o segundo está tão distante do primeiro quando está do terceiro, o que faz com que ele seja tão igual a um do que ao outro, ou seja, se ser o segundo colocado significa ser igual a todos, ser o primeiro colocado também deveria significar. Óbvio que ser o primeiro tem grande valor, mas as outras colocações também tem um significado positivo.

Isso não é desculpa de perdedor, longe disso, também prefiro ganhar, mas acontece que tem dia que a gente ganha, tem dia que a gente perde...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um bom Dia

Hoje é um dia pra falar do céu
Nosso "Le Grand Bleu"
Que ninguém mais presta atenção
Dispensa comentários ao léu
Mas que está sempre à disposição.
De olhares apaixonados
Das crianças brincando
Dos velinhos emburrados
Das viúvas chorando.
Claro e alegre de dia
Brilhante e misterioso à noite
Seu cinza blasé assusta
Suas lágrimas frias de angústia
Trazem vida, amores e a muita gente
Solidão.
Dias de fúria amedrontam
Mas uma coisa podemos saber
por mais indiferente que o céu esteja
Ele está pronto pra nos acolher.

terça-feira, 12 de maio de 2009

não traz felicidade, mas manda buscar (Vinheta)

Dinheiro não traz felicidade? Até um sorvete que você estava com vontade de tomar traz, com dinheiro não vai ser diferente.

O que muita gente não entende é que felicidade não é uma constante, felicidade é um momento. Por outras palavras: "felicidade não existe, o que existe são momentos felizes."

"A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor"

Vinicius

domingo, 10 de maio de 2009

Meu blues

Podemos até achar que estamos preparados pra certas coisas, mas quando elas acontecem, a gente vê que não fazia idéia do que é estar preparado. As coisas são muito mais fáceis quando ainda são hipóteses.

Lidar com emoções próprias é muito mais complicado que qualquer integral, que lidar com qualquer pessoa. O que é estranho, por que não devia ser. Só depende de você, mesmo não sendo uma ciência exata e dependendo de um monte de processos químicos que nós não controlamos, ainda sim não depende de mais ninguém senão nós próprios.

Tá, não é assim, se dependesse só de cada um, as coisas no mundo seriam bem diferentes. Realidade utópica, auto-controle controlável, atitudes mais sensatas, a razão no meio de tudo, a lógica e o empirsmo andando juntos, tudo chato e sem graça.

Mas há vezes em que eu me pergunto se todas essas emoções me fazem mesmo bem, ou se eu ia preferir viver onde a razão comanda o mundo...

Bem, é fácil mesmo especular, mas prefiro como está, não conheço o outro lado, e desse tenho bons momentos às vezes, mesmo sabendo que me falta alguma coisa.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Uva passa passada

A semana acabando e a ressaca astral continua. Já tive vários tipos de ressaca, mas nem sabia que essa existia, e agora posso falar que é a pior. Além de demorar pra sair, é a que não te deixa pensar em outra coisa por muito tempo...

Não sobrou tempo nem pra eu pensar nessa minha falta de inspiração...

Tudo está bem quando acaba bem, quer dizer, é o que dizem, mas o problema é esperar acabar, ainda mais quando não se tem certeza do final. Só faço torcer, né, é o que me resta.

O que importa é que agora falta pouco, as coisas estão se encaminhando, amanhã vou poder relaxar um pouco

Tá, isso não interessa a ninguém, seu sei, mas e daí? hahahahaahaha

Brincando. Na verdade to mesmo sem nenhum ânimo, cansado, e desanimado... Mas isso passa, até uva passa...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A um beija-flor

Preciso de um amor
Pois me falta inspiração
talvez todo esse torpor
seja a essência da minha solidão.


Nunca servi pra isso, e parece que continuo não servindo, mas o fato é que ultimamente não tenho tido muito assunto pra falar, nem no blog, nem com as pessoas, nem com nada. Sempre penso muito nas coisas quando estou sozinho, mas ultimamente tem sido diferente, essas coisas não têm fluido, ou quando fluem, logo me esqueço, pareço desmotivado.

Meus papos ultimamente têm sido tipo: e ai, novidades? como vai a vida? tudo bem? - e não passa muito disso.

Deprimente, eu sei, mas é como dizer, é só fase. Isso passa! (hahaha)

Agora, dispensando todo esse sentimento blues do post, apesar dessa falta de inspiração, de assunto, tenho me sentido feliz, me divertido e me alienado das coisas que me faltam (vide o outro post) hahaha xD

Confie em mim.

Cada hora que passa eu reparo que sou mais inocente, impressionante! Esse negócio de de acreditar nas pessoas está começando a me deixar irritado em certas horas. O pior é que eu faço isso instintivamente, depois eu penso só um pouquinho e reparo que estavam de palhaçada comigo. Mas é sempre assim, se eu não pensar antes, acredito e pronto.

Pelo menos isso geralmente acontece quando amigos tentam me botar pilha e tudo acaba com risadas. (claro, nos casos mais sérios, que não envolvem amigos eu geralmente penso antes, por isso não deve acontecer com tanta frequencia...)

Bem, o fato é que eu tenho que trabalhar isso, tentar desconfiar até dos meus amigos (desconfiar no bom sentido) ou eu tento continuar assim, na base da inocencia, e tomando bastante cuidado com os estranhos (como a minha mãe falava)?

Eu realmente acho que as pessoas deviam confiar mais nas outras, pena que elas não se deixam confiar.

Cultura antiga, eu sei, dificil de se mudar, mas não custa nada sonhar. Enquanto isso vou tentando me adequar à desconfiança alheia, desconfiando e deixando ser desconfiado. (por mais que me irrite essa desconfiança toda).

segunda-feira, 27 de abril de 2009

friend ship

A amizade preenche qualquer tipo de vazio que uma pessoa possa ter. Então nada melhor pra falar quando não se tem muito assunto ultimamente.

Uma vez, numa sala do primário de uma escola, eu li algo mais ou menos assim:

Para se manter uma amizade só é preciso de três coisas:
Exaltá-la quando ausente;
Curti-la quando presente;
Ajudá-la quando carente.

Achei a frase simples e concreta. Se for parar pra pensar, a gente não precisa mesmo de muito mais que isso para manter uma amizade.
Mas o problema é reconhecer a amizade, pois é muito fácil se confundir.

Será que dá pra falar que você foi amigo de uma pessoa? A amizade pode mesmo ser posta como uma coisa que veio e foi, uma coisa passageira?

Sinceramente acho que não, mas há quem pense assim, do mesmo jeito que costumam confundir amor com paixão.

Bem, por isso que eu acho que é bem complicado reconhecer uma amizade, porque ela tem que ser reciproca, e isso não é fácil de conseguir...


Dizem que se você tiver mais 1 amigo na vida, você pode se considerar um das pessoas mais felizes. Me considero muito feliz, muito mesmo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Queria ter dito isso

"É muito fácil ser rubro-negro... fácil de mais...! É como ser a favor do sol no meio do deserto, ou comemorar o Dia da Árvore no coração da Amazônia. Aliás, nunca existiu um flamenguista. Flamengar é verbo imperfeito que só se conjuga no plural. Por exemplo: Eu advogo, tu bates o ponto, ele mata mosquito; nós flamengamos, vós flamengais, eles flamengam...

Mas torcer pelo Fluminense, modéstia à parte, requer outros talentos. Precisa saber dançar sem batucada...O Tricolor chora e ri sem ninguém por perto...sua luz vem de dentro, é habituado com alegrias choradas e golzinhos no final, de pé, mão, barriga, bunda e nariz, sem esse papo de maioria ou de mais querido, afinal, o amor sincero, não se discute."

Francisco Buarque de Holanda


"´Você é químico?` Não, sou Fluminense, respondi de pronto ao ser abordado por um vizinho que me viu brincando com alguns líquidos de diversas cores. Eu tinha apenas três anos de idade, mas com uma convicção clubística anterior ao meu nascimento, e, quem sabe, anterior ao útero materno".

"No dia da inauguração do paraíso, houve um FLA-FLU de portões abertos, e escorria gente pelas paredes"

"Nas situações de rotina, um `pó-de-arroz´ pode ficar em casa abanando-se com a Revista do Rádio. Mas quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas."

"Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos"

Nelson Rodrigues


Era sobre isso que eu queria falar hoje, só que nunca ia conseguir me expressar que nem esses caras. Talvez um dia, mas por enquanto eu vou torcendo quieto.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Máscara negra

No mais das vezes a gente costuma olhar pra uma pessoa e começar a pensar em como ela é desde então. Isso geralmente funciona pra conceitos mais superficiais, mas é raro você saber quem é a pessoa só a olhando de longe.

Estereotipação já faz parte da cultura do povo. Por isso que, depois de um jogo de futebol, você já espera que os jogadores entrevistados falem um monte de merda. Por isso também que você esperava antes que o Lula falasse alguma coisa coerente...

Diga-me com quem andas que te direi quem és. Também não tá certo, mas só a curto prazo, pois as influências corrompem as pessoas. Isso é certo.

O que eu quero passar é que às vezes é inevitável olhar pra uma pessoa e pensar em como ela deve ser, seja pela expressão, por como se veste, pelas suas tatuagens, ou até por culpa de quem ela está conversando.

Mas o fato é que fazendo isso, podemos deixar de conhecer muita gente legal, ou até conhecer gente ruim por engano.

terça-feira, 14 de abril de 2009

just like heaven

Fora as coisas que chamam atenção em todo mundo, tem um quê especial que sempre me chamou muita atenção. Eu nem sei como definir, é algo como um ar de liberdade, desgarramento a tudo, que passa douçura no olhar, deixando um clima leve e relaxante.

É bem dificil explicar, ainda mais que tudo parece muito efêmero, e quando sinto isso, costumo parar de prestar atenção nas coisas ao meu redor e em quaisquer detalhes.

Como se eu tivesse sido hipinotizado, quando acaba, parece que eu não reparei em nada, mas me sinto bem.

Às vezes parece até que eu bebi, não consigo nem raciocinar direito. Pessoas assim me encantam.

domingo, 12 de abril de 2009

Simples e devastador.

Crítica:

"Surgiram várias críticas a respeito da Torre Eiffel durante sua construção. Guy de Maupassant a ridicularizou, chamando-a de "pirâmide alta e magrela, feita de escadas de ferro" e o escritor Leon Bloy a rotulou de "verdadeiro e trágico poste de luz"."


Resposta:

"Eu lhes direi o meu pensamento e todas as minhas esperanças. Creio que a Torre terá sua própria beleza. Só porque somos engenheiros, vocês acham então que a beleza não faz parte de nossas preocupações nas construções? Que ao mesmo tempo que fazemos o sólido e durável, não nos esforçamos para fazer o elegante? Será que as verdadeiras condições da força não estão sempre conforme às condições secretas da harmonia? O primeiro princípio estético da arquitetura é que as linhas essenciais de um monumento sejam determinadas pela perfeita apropriação de seu destino. Ora, qual a condição tenho, antes de mais nada, que levar em conta para a Torre? Da resistência ao vento! Então! Pretendo que as curvas das quatro arestas do monumento, tais quais o cálculo fornecido, que, partindo de um enorme e inusitado empastamento na base, irão se enfileirar até o cimo, darão uma grande impressão da força e da beleza; elas traduzirão aos olhos da ousadia da concepção dentro de seu conjunto, igualmente aos inúmeros vazios planejados dentro dos próprios elementos da construção; mostrarão a constante preocupação de não expor inutilmente às violências de furacões, às superfícies perigosas para a estabilidade do edifício. Existe de resto, dentro do colosso, uma atração, um charme próprio, aos quais as teorias de arte ordinárias não são jamais aplicadas. Sustentaremos que é pelo seu valor artístico que as Pirâmides impressionaram tanto com imaginação dos homens? Que outra coisa, no fim das contas, que outeiros artificiais? Portanto, qual é o visitante que permanece frio diante de sua presença? Quem não volta repleto de uma irresistível admiração? Qual é a fonte desta admiração, senão a imensidade do esforço e da grandeza do resultado?
A Torre será o mais alto edifício jamais construído pelos homens — não será ela então grandiosa também a sua maneira? Por que o admirável no Egito seria hediondo e ridículo em Paris? Admito: não consigo entender."

Alexandre Gustave Eiffel



Acho que não preciso falar mais nada a respeito.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Biscoito Globo sorridente

Tem dias que eu nem vejo passar. Tem gente que chama de tédio, mas não gosto tanto de pensar desse jeito.

Só acho que falta alguma coisa. Não sempre. Uma vez disseram que a gente só pode ser feliz quando se alienar totalmente das coisas que nos faltam. Acho que é isso. Às vezes percebo a falta de mais coisas, às vezes eu não to nem ligando.

Agora basta pensar se devo continuar tentando me alienar das coisas que me faltam, pra tentar desde já ter momentos de felicidade, ou se devo correr atrás das coisas que me faltam pra, talvez, um dia conseguir ser feliz de verdade.

Pra mim a resposta parece até óbvia, até porque consigo correr atrás das coisas que me faltam, ter momentos felizes de alienação, e voltar a caminhar com a alma parecendo um queijo suiço.

Não é tão dificil assim, basta um pouco de auto-controle.

Gostas de nostalgia

Cada vez que chove, cada vez que o tempo esfria um pouco, meus olhos brilham. Posso não estar bem na hora, mas eles começam a brilhar.

Sempre gostei de nadar. Desde pequeno tenho contato com água. Quando era pequeno, meu cabelo era verde, de tanta exposição ao cloro da piscina.

Em São paulo, além de piscina, eu tinha uma represa inteira a minha disposição, pra nadar a hora que eu queria. Não dava outra, era batata, fazia chuva, fazia sol, estava eu lá, nadando de um lado pro outro.

Eu lembro que gostava de nadar na chuva porque a água parecia mais quente nessas horas.

Época boa, eu era mais feliz.

Sem preocupações, eu passava o dia correndo pela casa, nadando e chutando uma bola velha na parede.

Tudo isso ficou para trás. Ah, meus oito anos.

só quem me conhece consegue perceber o que eu quero dizer.

terça-feira, 7 de abril de 2009

teleMarketing negativo

- Oi! Eu sou a sua atendente virtual.


essa é a frase do dia, falei com pelo menos 15 atendentes: juliana, roberta, verlaine, cleber, gustavo, cintia e mais outros.

Um verdadeiro teste de paciência.

Enfim, não sei se é só comigo, mas nada foi resolvido após mais de 40 minutos de ligação.

- A sua resposta chega em até 5 dias úteis, senhor, deseja mais alguma coisa?
- Ah, se for possível, queria voltar a falar no meu celular.
-Só aguardando essa resposta, senhor. A Oi agradece a sua ligação, boa tarde.

Olhos de raio laser

Nunca gostei de chamar atenção. Saber que estou sendo olhado me causa muito incômodo.

Fora a timidez na hora de conhecer as pessoas, nunca tive problemas com comunicação, pelo contrário, depois que conheço, sou bem extrovertido. Acho que o problema é chamar atenção mesmo.

Já sabia, mas não lembrava como é tão dificil pra mim falar em público. Nunca servi pra isso. Posso saber o que falar, como falar, e os mínimos detalhes do assunto, mas parece que quando eu tô lá na frente com o propósito de falar, todas as informações que eu vou precisar vêm juntas. Como não dá pra falar tudo de vez, me embolo todo! Fato.

Ai começa o caos: Mãos geladas, gagueira, calor insuportável. A impressão de olhares hostis dá a ultima facada. Finalizado! Eu tiro os pés da frente de todo mundo e pronto. Volto completamente ao normal, fico até feliz (a não ser pelo caminho que se deu a apresentação).

A apresentação acaba, eu volto pro meu lugar, arrumo as minhas coisas e falo: Boa noite gente, boa noite professora, e sigo o meu caminho como se nada tivesse acontecido. \o

sexta-feira, 3 de abril de 2009

cadê a minha Jenny?

Quem nunca assistiu às aventuras do maior contador de histórias de toda a história?

O mundo do Forrest Gump me marcou desde criança, com todas aquelas aventuras na guerra, quando ele correu por anos, jogou tênis de mesa, ou futebol americano...

A típica história de pescador, mesmo que de camarões, né...

Mas a história não pára por ai. Esse fantástico mundo de Forrest do cinema não passa de uma breve resenha sobre a vida conturbada do pobre Gump.

E que macacos me mordam se ele não viveu intensamente a vida. Mesmo sendo apenas um idiota.

A um das histórias mais bonitas que eu já li, dedico esse post falando apenas: Preciso mijar.

Preso no tempo

Ando meio atarefado ultimamente, sempre fazendo alguma coisa, mesmo que fazendo nada. O tempo parece passar cada vez mais rápido, às vezes acho que o ponteiro do meu relógio dá saltos maiores, ou que tem números demais.

Quando vejo, ainda não fiz nada.

Essa relação de tempo reflete a distância entre momentos universais. Será que o meu tempo passa na mesma velocidade que o tempo do relógio?

O relógio não nos deixa mentir, passa igual, mas até que ponto esse "marca-passo" deve ser levado em conta? Quantas variáveis entram nesse cálculo?

Pra mim o tempo devia ser dividido, cada um com o seu, cronológico e de criação, pois o tempo de criação de uma pessoa varia, não caminha controlado por uma constante. (Às vezes sou a pessoa mais criativa do mundo, desenvolvo o que estou fazendo muito bem, às vezes demoro, não faço, bloqueio esse tipo de atividade, até que um bom fluxo desse tempo volte a correr)

Como esses surtos, por exemplo. Essas viagens que eu escrevo de vez enquando aqui. Quando criei esse blog, estava cheio de idéias, escrevi algumas, mas como dizem, idéias fora do papel não são idéias. Perdi todas as outras e junto com elas o surto todo foi embora.

Passei um tempo sem escrever, e agora venho com essa, justamente tentando falar o porquê de ter ficado esse "tempo" sem postar.

Um paradígma só existe para ser questionado. O que já foi questionado e obteve algum tipo de resposta deixou de ser paradígma.

Taí, tempo é uma coisa que me intriga. (haha)

Lá e cá.

Meus dias de viajens semanais entre casa e lar acabaram.
A cidade maravilhosa nunca me pareceu tão bela quando vista de longe. Agora não tem mais trânsito, calor, pressa, gente estranha te olhando.
Hostilidades a parte, passei bons tempos, reconheci possíveis amizades, vivi bem.
Algumas horas sinto saudade de estar morando no Rio, da Hidros, de ter amigos sempre perto, e tudo mais, mas ai eu olho pra fora da janela, aqui também faz sol, a praia é perto, tenho amigos a cada esquina, e velejo a hora que quero.
Isso me conforta. Pode não ser a o xodó do povo, nem ter a princesinha do mar, ou bondinhos, mas me faz bem.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Sindrome de Caco Antíbes

As pessoas são diferentes. Não dá para negar que as diferenças crescem ainda mais quando comparamos gente de classes sociais diferentes.

Uma pessoa que recebeu um bom nível de educação apresenta comportamentos muito diferentes do que uma pessoa menos favorecida. O choque de cultura que se vê nas ruas do nosso país (não que isso seja exclusividade nossa) é muito grande.

A diferença entre o ensino, classe social e costumes em geral causam esse choque cultural. A parte menos favorecida da sociedade reage à falta de qualidade de ensino e "bons costumes" criando um jeito próprio de se comunicar, de agir e tudo mais, por fim, concretizando esse choque cultural.

Postas as diferenças sobre a mesa, podemos tentar avaliar o comportamento que cada lado da sociedade apresenta:
Quando nós, o lado (pelo menos um pouco) mais favorecido, se depara com essa pessoas diferentes de nós, reagimos talvez com certo receio, olhares, às vezes algum tipo de medo. Em alguns casos a estereotipação é inevitável.

Tá ai o que chamo de sindrome de Caco Antíbes. Mas nós nunca paramos para pensar em como a outra parte da sociedade nos vê, o que pensa de nós, ou o que acha de como reagimos a ela.


Esse caminhão de palavras só porque eu peguei dois ônibus hoje para assistir a uma aula de Filosofia e Ética Profissional, e nesses dois ônibus, ao meu lado, havia pessoas diferentes com celulares tocando música alta para todos ouvirem.

Rap paulista e Charlie Brown explicam a minha indignação naquele momento?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Renatus Cartesius

Enquanto novos conceitos da física quântica discutem se um gato preso numa caixa hermeticamente fechada está vivo ou morto, ainda empregamos a filosofia de centenas de anos atrás no nosso cotidiano, sem ao menos questioná-las.

"O homem que pensa, não executa, e o que executa, não deve pensar" - Disse taylor no final do século XIV, baseado no conceito cartesiano de visão, que tem como essência separar as partes do todo e analisá-las separadamente.

Relevando o fato de que quando Descartes bolou essa filosofia, o mundo se encontrava num contexto muito diferente do atual, pode se dizer que seus pensamentos resolveram o problema de muita gente naquela época.

O grande problema nisso é que, a partir de um certo tempo, esse "paradígma" criado pelo René vem perdendo força, pois o contexto atual está muito diferente do que já foi, e precisamos de um toque holístico para resolver problemas.


Sem a visão do todo, podemos não achar problemas óbvios, mas o conceito de separar o todo em partes articuladas, como um relógio, nos traz uma visão especificamente técnica das partes, possibilitando uma procura minuciosa em quaisquer defeitos que esse todo venha apresentar.

O que quero dizer é que as nossas mentes não têm evoluido tanto quando deveriam. Apesar dos avanços tecnológicos, nossos conceitos se prendem a paradígmas antigos, às vezes até sem nexo no contexto atual.

Talvez por isso a fé tenha tanto valor. As mentes de hoje foram moldadas através dos anos. As pessoas aderem aos paradígmas que encontram sem nem ao menos pensar no porquê deles.

O ceticismo metodológico, também de Descartes, tem o mesmo conceito da visão cartesiana. Segundo René, tudo aquilo que não é evidente, e tudo aquilo que já nos ludibriou no passado, não pode ser considerado como um conhecimento verdadeiro, isto é, devemos evitar cuidadosamente toda e qualquer precipitação ou preconceito.

A fé é importante na vida das pessoas, mas o bom senso é a chave para a perfeição.

Pessoas acreditam em religiões de todos os tipos, mas todas trazem alguma filosofia

terça-feira, 17 de março de 2009

velho e novo.

Não lembro onde li agora, mas a frase é a seguinte:

"Como posso acreditar numa religião mais nova que o meu uísque?"

- Fé - A palavra que define a resposta pra essa pergunta de maneira simples e coerente.

Mas até que ponto o ceticismo deve ser levado em conta?!

Por outro lado:

"como posso confiar num livro escrito há mais de dois mil anos, que já foi traduzido para várias línguas, com várias interpretações, sem contar com o grande risco de informações terem se perdido ou se maquiado com o passar do tempo?"

Mais uma vez a palavra "fé" responde, mas levanta outra pergunta. - Até que ponto a fé deve ser levada em conta?

Bem, essas respostas são bem mais complexas. Dentro desse contexto, verdades paradoxais rodeiam a mente de cada um, formando um mundo de possibilidades, onde a essa "verdade de cada um" pode até se tornar real. Quem sabe?

Dizem que nada no mundo é perfeito. Eu concordo, acho que as religiões existem para separar as pessoas, e as crenças, para aproximá-las.

Friedrich Nietzsche disse: Como posso acreditar em um Deus que quer ser louvado a toda hora?


Talvez uma dose de ceticismo faça bem de vez enquando, mesmo que você ache que certos coiceitos filosóficos, tipo os do nietzsche, são os mais imbecis que você já leu.

Tudo nesse contexto é questão de opinião pessoal, embasada ou não, por isso finalizo dizendo que eu acredito, mas do meu jeito. E acrescendo uma palavra: Equilíbrio.

Acredito.

Eu pensei em vários nomes mais legais pra esse blog, mas nenhum suficientemente original a ponto de ninguém ter pensado em usar como título de um blog antes. Pensando nesse fracasso (e depois de ficar puto de tanto tentar nomes escrotos), resolvi encarar a realidade e admitir a minha falta de criatividade e de originalidade.

O realismo e a lógica são, tirando a falta de fé em si, os maiores adjetivos que um cético hostenta. O que quer dizer que eu sou tão cético quanto a minha fé me permite, ou seja, há um equilíbrio tentando separar a "fantasia" da "realidade" dentro de mim.

(Não, eu não uso nenhum tipo de drogas! - Continuando...)

Fora esse tipo de surto filosófico que me ataca às vezes, a ironia e o escárnio gostam de tomar conta de mim, assim como boas doses de bom humor e autenticidade.

Atualmente estou cursando engenharia de porra nenhuma (produção), moro em Rio das Ostras, e gosto de vento, sol, mar, frio e adrenalina. Velejar consegue me aproximar de tudo isso, às vezes, a vela reune tudo simultaneamente.

Esse sou eu, ou pelo menos parte de mim.

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