quinta-feira, 23 de julho de 2009

Futilidades a parte

Prioridade é uma coisa ao gosto do freguês, cara um sabe o que é melhor pra si, como já dizia o velho ditado.

Logo atrás desse negócio de prioridade é fácil encontrar o lance do status; que já é clássico faz tempo, e mais tendencioso que qualquer modinha que eu conheço por aí.

As pessoas se importam em se sentir e superestimam isso, normal, mas o que eu tenho reaprado ultimamente é em como se faz pra esse sentir bem acontecer.

Sempre fui a favor do marketing, sempre acreditei no seu poder e admito que também sou vítima dele, que o seu poder corrói a sociedade, como se, ao invés dos produtos, fôssemos usuários de algum tipode de entorpecente, que molda as nossas mentes e nos faz os querer cada vez mais.

E mais, como se, mesmo sem perceber, nos tornássemos totalmente seus dependentes, fazendo deles (seja uma roupa ou uma Coca-Cola) o remédio para essa nossa insanidade mental, um complexo etiquetado de felicidade, que nos passa aos olhos como qualquer comprimido placebo desses, mas que na verdade nos torna cada vez menores.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nessas horas

Por mais que você esteja feliz, nunca vai entender o quão impressionante o mundo é. Mesmo que quando se está triste é que realmente se sente a necessidade de saber.


Ela sempre gostou de sair, de cores fortes e correr pela praia na chuva. E isso sempre o encantara, apesar de preferir o banco do bar com música ambiente e a conversa de amigos na penumbra da noite.

Os detalhes nunca lhes empediram de nada, ao contrário, funcionou sempre como combustível pra paixão louca que sentiam um pelo outro.

O fato dele ser meio quieto demais também nunca a feriu, pois isso passava confiança e leveza, a fazia sentir-se segura quando o escutava.

As coisas nunca são tão estáveis quanto parecem, o que pareciam apenas diferenças entre o equilíbrio perfeito, hoje são reflexos de objetivos distintos, de brigas e cólicas conjugais constantes e intensas.

As piadas que antes acabavam em risadas entre beijos, hoje se acostumaram a causar cara feia e desavenças.

E nessa hora que nada mais faz sentido, que nada parece bonito como era e o bonito de antes soa como só uma ilusão de agora. Na hora em que o brilho do sol esperando a chegada do crepusculo começa a incomodar, começa a parar de deixar os seus olhos irresistíveis como eram.

Nessas horas...

Quando tudo que parecia fazer sentido só por não repararmos passa a perder o sentido só porque passamos a prestar atenção.

Nessas horas que realmente precisamos saber que o mundo sempre está pronto para nos surpreender. E cada vez mais.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Paixão

Faz-me viver pensando, viver você no pensamento
Me faz viver! Dá motivo pro tempo não ser só cronológico
Quero catarse ao sonhar, quero te ver só de pensar

Esquece o Chronos e o Aiôn, esquece toda essa monotonia
Vive comigo no Kayros - A terra onde tudo pode
E nunca se sabe o que vem
Vem comigo, vem viver, me faz viver

Vira meu mito e me faz acreditar em você
Faz-me egoísta da sua posse, me faz te querer
Te querer como eu quero, querer te moldar
Me ensina a ansiar tua presença e te querer só pra mim
Te querer pra sempre, te querer hoje pra sempre

Me mostra o quanto eu sou dependente
E me faz querer morrer se você não chegar

sábado, 11 de julho de 2009

Confie em mim. (Conotação Mainardi)

O desencontro de idéias corresponde à sensatez misturada com maturidade e muita influência externa. O carisma radial, ao invés de me esquentar, queima.

Chega a ser desconsertante a falta de sincronia. É de doer os ouvidos. Mas ainda sem o mesmo sentido a seguir, nossas curvas se encontram. E de um modo inesperado elas se cruzam.

Isso tudo faz eu não saber como me sentir, de uma forma estranha às vezes parece com um tipo de vício, mas ao mesmo tempo que essa dor de ouvido fala alto.

No final é tanta informação que aos poucos só tenho sentido os efeitos colaterais e uma ressaca cada vez maior.

domingo, 5 de julho de 2009

Um estranho no ninho.

Festa estranha, com gente esquisita. A moda é chocar, sério, agora todo mundo quer abalar Bangu.

Assistir a isso tudo é legal, mas só no começo, porque depois de um tempinho as piadas repetidas e a falta de criatividade elegem o tédio, que passa a reinar tendo o sono como o seu primeiro ministro.

Às vezes tenho que concordar, se ser pra frente é andar pra trás, talvez eu também prefira ficar parado, só olhando o pessoal pra frente chocar o mundo.

sábado, 4 de julho de 2009

Chora, Pierrot.

O sorriso, o jeito de criança, que de uma forma enigmática mistifica um mundo de pensamentos através de apenas um olhar. E que olhar, o nascer da lua cheia chama menos atenção. E quando penetrante, congela, me tornando a pessoa mais insegura do mundo.

É, acho que esse frio na barriga, a sensação de fraqueza nas pernas e a evaporação de todas as minhas idéias são sintômas.

É, sintômas! Acabei descobrindo isso quando reparei que pra mim é mais difícil conversar do que jogar xadrez, que quando é a minha vez de falar, eu tento pensar nos nossos próximos comentários, pra nada sair errado, e acabo me enrolando todo. Nunca sai nada direito.
Talvez esse seja o problema, né, porque afinal eu nuca fui muito bom em xadrez.

Às vezes eu olho e penso que é melhor do jeito que está, que ficar daqui de trás olhando é a melhor coisa a se fazer, só pelo puro e simples medo de estragar tudo depois. Às vezes dá vontade de te prender numa cúpula de cristal, daquelas bem bonitas, pro contraste não ser tão grande, e cuidar, não deixar nada ruim acontecer. Às vezes eu penso, e vejo que não tem porquê pensar se não for realmente fazer alguma coisa.

Mas no final sempre chego à conclusão de que tá bom do jeito que tá, e só de pensar que se melhorar pode estragar, talvez não seja tão válido correr o risco.

E ai, novidades?

Cada dia que passa mais coisa vira óbvia, mais coisa vira cliche e as tendências, essas modinhas que o pessoal que quer chocar o mundo cria, continuam aparecendo e se alternando entre o que era e o que passou a ser demode.

De repente, um dia desses, só vai restar coisas chatas pra se falar, tipo: e ai, novidades? pô, que calorão que ta fazendo, hein?! - ou - e essa chuva que não pára, né, rapaz...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O gótico da casa branca.

Cansei. Cansei de céu azul, do bom dia pra estranhos. Cansei dos sorrisos forçados, de fingir que tá tudo bem.

De hipocrisia! Ah, a hipocrisia que torna a vida bonita, que venda as almas, mostrando só o que se quer que se veja. Cansei de sentir vazio e deixar estar, de calar quando vejo as coisas erradas, e tentar achar soluções.

Afinal, pra quê isso?! Soluções geram problemas, Hipocrisia nada resolve, nem sorrir.

O céu azul, de fato, nunca me ajudou, o vento? a sensação de liberdade? Nada disso. No quê ajuda afinal? A rir e fazer rir? Bem parar gerar bem? Bom, pra quê?

Simplesmente cansei hoje, talvez amanhã.

A depressão que assola garante a felicidade do amanhã, o bem estar e a paz de espírito, afinal se nunca tivéssemos realmente passado pela tempestade, nunca poderíamos ter admirado aquele dia tão bonito.

O bom e o bem são gerados pelo próprio egoísmo, que cria desejos, nos faz almejar sem pudor só pra alimentar o sentimento mais podre. Por isso cansei.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Devaneio do eu mesmo.

-Tempo, idéia, paciência, paz. Pouco, pouquíssimo, falta, nada.

-Cálculo? -Calculo, calculo nada. Coisa pouca.

-Cabeça, núvens, abismo, babaca. Cálculo, paz, final, resumo.

-Resumo? Tempo! Tempo, núvens, paciência... Paz.

-Cálculo babaca, abismo. Cabeça pouco, pouquíssimo. Paciência, tempo, idéia? Falta nada.

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