quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tudo colorido

O voo rasante do acrobata impressiona
Assim como a pirueta do malabarista
Que nunca cai da corda bamba
Com aquela roupa colorida
Toda colorida

As bobeiras do palhaço fazem rir
Todos felizes olhando o palhaço
Suas calças são as mais
As mais cheias de cor

Mas o Pierrot
Que não ri nem faz rir
Não impressiona nem espanta
O Pierrot chora
O Pierrot não tem cor

Chora e procura o seu amor
Seu amor, a Colombina, que assim fugiu
Por falta de cor, excesso de preto, de branco

Fugiu com o Arlequim, colorido, por sua vez
Todo colorido.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A hora do sim

Ao menos uma vez a resposta será sim.
Mesmo quando o não diz sim baixinho, ou quando só se cala.

A beleza do sim acaba sendo um descuido do não, que por hora também se mostra conquistado, e gosta.

Gosta porque o atrai, porque o faz sentir bem. Demonstra isso com um riso malicioso e um leve olhar de soslaio.

A figura rígida do não se vê derretida ali, depois de tudo, entregue ao sim, com a estranha sensação de felicidade misturada com um pouco de sono e cansaço.

Até que se dá conta e volta a regir severa e desgostosamente o arbítrio quase livre.

Com certeza, o sim é o seu maior pecado. E como é bom.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O vento

Tem dias em que o vento agrada. Tem vezes que nos aproxima de quem queremos.
Mas o vento também destrói. O vento às vezes machuca e quebra... Separa.

Só que a gente nunca vai saber o que realmente vai acontecer se não montar o barco e velejar.


(Hoje o vento quebrou.)


Mas nada como um dia de aventura.

domingo, 16 de agosto de 2009

Dilúvio solitário

Às vezes devemos guardar o otimismo pra depois. Ainda mais quando não se está preparado para as más notícias:

- Expectativas sim!

- Mas quando convém, do contrário, te deixo por tua própria conta e risco desde já.

- Então quando convém?

- Não há uma regra, você apenas tem que saber.

- Simples, né?!

- Com o tempo você aprende, eu mesmo já esperei muito quando não devia.

- Do mesmo jeito que eu estou agora?

- A diferença é que ainda somos um só.

- Vamos mudar de assunto, tem um cigarro?

- Acabaram na madrugada, mas toma esse lenço.

- Então fica quieto e me abraça.
Espera eu dormir e vai embora.
Mas sem falar nada e não olha pra trás.

sábado, 15 de agosto de 2009

Surpresa frustrada

Nunca reagi bem à surpresas. Meu sangue sempre demorou um pouco mais pra esquentar.

A apatia junto à paralisação compõem uma reação fria à qualquer circunstância, até que as coisas possam ser calculadas. Mas maioria das vezes esses cálculos não são muito exatos.

Seja boa ou ruim, uma grande surpresa me faz parar. Só parar.

Sábado de sol

Simplesmente um belo dia para se acomodar numa cadeira ao luar, deixar a poesia de lado e trabalhar a prosa.

Só quero continuar curtindo o dia com mais risadas e boas notícias.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Bonança

Digamos que hoje a brisa fresca da manhã, ainda com cheiro de orvalho e orquídeas, passou por mim.
Isso marcou o dia.

E explica o sentimento de que nada possa me abalar, que tudo tem um lado bom e que agora só me resta sentar e relaxar.

O tempo faz o resto.


O que uma boa noite de sono não faz...

O sopro

Quando você menos espera ou nunca.
Não acontece se estiver preparado, e mesmo assim precisa ter sorte

Todo mundo já viu uma garota bonita. Elas sempre passam
Pedalando, correndo, sorrindo. Várias delas, cada uma é um poema
Só muda o contexto, métrica e rima. São todas bonitas, mesma essência.

O que não é normal é a falta de ar nem a perda da fala.
Quando tudo vira um cenário de Sin City e ela é a única coisa colorida
Quando não se ouve mais nada
Quando só se sente a brisa batendo no rosto.

É o sopro.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Nada mais

Hoje o meu lirismo não passa de assombração
Mas não do tipo que persegue nem que assusta
Sabe quando você só quer sumir e nada mais é tão importante?
Quando você só quer deixar toda aquela animação cotidiana andar na frente pra você passar despercebido.

Hoje é o dia da máscara

Canção de amigo

Quando a corda arrebenta e estamos do lado puído
Quando a gente ganha na sena
Riso e choro
Quando a casa cai ou a gente consegue a garota
Até quando a gente atira do pé e acha petróleo

Longe ou perto, sempre juntos

Quando só temos pedras a oferecer
E quando precisamos receber pedradas
Na hora daquele sorriso amarelo
E de comemorar o gol no fim do jogo

Sol ou chuva, sempre juntos

Ontem, hoje e amanhã. Pode ventar, fazer frio... Tempestades

domingo, 9 de agosto de 2009

Balada do céu caído

Esperando por você
Mais uma noite se passou
Agora a lua vem
Fazendo-me enlouquecer!
Com uma distante cautela
Brilhando aparece
Entre nuvem e estrela
Meu coração se aquece

Quando chega eu só te vejo
Tudo se apaga ao meu redor
Essência do meu desejo

Quando se vai sem mais dizer
Sinto a mão estremecer
Súbito frio me paralisa

Na nuca, mesmo não havendo
Passa uma forte brisa
E o meu coração corroendo

Te perco para o horizonte...

Mas em contraponto há o sol
Do outro lado nasce entre o monte
E sem que alguém me conte
Me sinto fisgado pelo seu anzol

Fisga e puxa e aquece e afaga!
Apagando desilusão com esperança
Arranca-me severamente a adaga
Mostrando que de nada vale a vingança.

Palavra da vez

A palavra da vez já foi sensatez

Já foi condescendência (ainda que por pouco tempo, sempre seguida à risca)

E agora. Qual a palavra da vez?

A gente ainda precisa de uma palavra?

Por que não podemos só imitar o mocinho do faroeste e andar apaziguado em direção ao sol no fim da tarde, depois de ter passado por maus bocados?!

Afinal é o que convém

sábado, 8 de agosto de 2009

Noite de lua

Ouso dizer que fui mais
Ouso dizer que quis mais
Ouso pensar que fiz mais
E que cheguei mais longe

Que bebi do copo sua última gota de água
Que assim matei a sede. Ao menos alguém matou

E apesar do último raio de sol que me esquentava
também ter se posto, continuo aquecido e sem sede

O nascer do sol vem ai, por enquanto sem previsão de chuva
Enquanto isso tenho o luar que não aquece, mas me traz bons sonhos

Sonhos que me deixam com água na boca.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Da cor que eu quiser

É diferente de quando você passa e não me olha, porque assim eu posso começar a imaginar que você me viu, mas não quis demonstar. Porque quando você me olha, eu sei que você não me olhou, só me viu.

Do mesmo jeito de quando você me ignora. Que me possibilita fantasiar que você o fez pra fazer charme, que tava doida pra responder, mas se segurou. Diferente de quando responde, que eu sei que foi só por educação.

A imaginação me permite criar e sentir uma realidade paralela e viva, da cor que eu quiser, e de qualquer intensidade.

E assim você será pra sempre minha.

sábado, 1 de agosto de 2009

Cadê o martelo?

É sempre matar ou morrer, como já dizia a lei, que nessa selva se impôs com uma anarquia errônea e desrespeitosa, disfarçada na politica.

Aqui, se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. A não ser que você tenha cartas na manga.

Porque o mundo é uma caixinha de surpresas, e o nosso amigo Joseph tá ai pra provar... (tanto o Climber quanto Stalin)

É por aqui. Por aqui que os bobos não têm vez, assim como os fracos, mas esses merecem o Oscar.

Na terra onde nada é justo de propósito e os sofistas que dão as cartas. Onde eu e você vivemos e onde nós vamos jogar todas as nossas partidas. E que vença o melhor nesse jogo sem muitas regras.

Nesse campo onde no fim não há vencedores nem perdedores, só há derrotados e vitoriosos no meio do jogo, e a partida sempre acaba empatada. Aqui que eu te quero.

Aqui eu te quero, mas só como eu quero, senão não presta. De que adianta te querer, assim, sem poder aproveitar, sem jogar, sem selva?

Ainda te faço ver do ponto de vista do Joseph e te entrego um Oscar. No meio eu venço, mas a gente termina empatando. Mesmo sem regras.

Seguidores